19.6.08

Porsche 356A Carrera

Modelo: Porsche 356A Carrera, 1957
Fabricante: High Speed
Colecção Porsche, AltayaMais um exemplar de bom nível, apenas se destacando pela negativa o interior e os limpa pára-brisas...

Porsche 356A
A letra "A" surgiu no 356 para denominar uma evolução.
Introduzido no Salão Automóvel de Frankfurt, em Setembro de 1955, o Porsche 356 entrou no ano de 1956 com as motorizações de 1300 (44 cv), 1300S e 1600 (ambas com 60 cv) e 1600S (75 cv). A capacidade dos dois mais potentes tinha sido ligeiramente aumentada; na medida em que o modelo topo de gama, o Carrera GS, estava em causa, uma vez que tinha ficado pelos 1498 cc. A sua traseira estava equipada com o grupo propulsor do 550 Spyder, com quatro árvores de cames à cabeça e ignição dupla, fazendo com que os 100 cv impusessem um som de respeito.
A lista de melhorias era longa, compreendia a carroçaria toda em aço, o pára-choques de aluminio, um maior e mais consistente pára-brisas curvo, bem como os piscas, o painel a combinar com a carroçaria e as jantes de 15 polegadas. O piso foi coberto por tapetes isolados e baixou 35 mm de modo a tornar o acesso ao Porsche mais fácil e mais confortável, uma protecção de sol acolchoada no painel de instrumentos, assim como o travão de mão situado à esquerda, sobre a chave de ignição. É nesta altura que é introduzido o característico conta-rotações ao centro.
À frente as barras de torsão tinham oito lâminas (anteriormente seis) e, no outro extremo, foram alongadas de 74 mm a 627 mm, afim de criar uma maior flexibilidade na suspensão.
A partir de Maio de1957, passaram a ser oferecidos o GS de Luxe (100 cv) na versão Coupé e Speedster e o Carrera GT, este último debitava 110 cv.Os pares de luzes traseiras circulares foram substituídas por um conjunto horizontal, em forma de gota, ao passo que a iluminação da matrícula foi reposicionada de cima para baixo. O vidro traseiro, que tinha sido aumentado, pela segunda vez desde 1952 no Cabriolet, foi curvado em forma esférica.
Para as duas versões descapotáveis a Porsche proponha um hardtop fácil de montar. (Foram fabricados 1300 conversíveis da versão 356A.)
Desaparecem da gama de entrada os dois 1300, seguidos pelo Speedster em 1958.
Era aclamado mais conforto para este modelo, e nesta condição, em Agosto desse ano, surge o 356 “Convertible D”, basicamente um Speedster com pára-brisas maior, janelas laterais em vidro e outras melhorias. O “D” significa "Drautz", o fabricante da carroçaria (as outras eram feitos por uma firma chamada Reutter).
Ao mesmo tempo, o desempenho do topo de gama do 356, o Carrera, que, com os seus 1588 cc era perfeitamente coerente com os seus irmãos mais urbanos vê a sua potência aumentada.
Existia a opção de escolher entre a GS de Luxe, prático para longas distâncias com os seus 105 cv ou, com mais dez cavalos, o GT, cuja grelha traseira é ladeada por seis faixas de cada lado melhorando a ventilação do compartimento do motor, como já foi apresentado pelo seu antecessor.
O GT ostentava um potêncial de corrida, tal foi reforçado pelas portas e capots em alumínio, tiras de couro para levantar ou baixar os vidros laterais, e supressão dos pára-choques. No entanto, o nível de ruído foi reduzido a um atrito de rolamento da cambota.

O Porsche 356A foi fabricado entre 1955 e 1959 e foi com este modelo que a Porsche atingiu, em 1956, a marca de 10.000 automóveis, abrindo caminho à sua evolução, em 1959; o Porsche 356B.

Lamborghini Urraco

Modelo: Lamborghini Urraco, 1972
Fabricante: IXO
Colecção Dream Cars, Altaya

Espectacular miniatura, bons pormenores à medida das suas linhas bastante agressivas, apesar de não ser um automóvel muito atraente... O interior possuiu excelentes detalhes ao nivel dos mostradores, no exterior o destaque vai para a cor e pintura que podia deixar de ser mais apropriada.

Uma Ambição Fracassada
O Lamborghini Urraco nasceu com a intenção de ser um desportivo com aspirações a grandes volumes de vendas. Este projecto nasceu num periodo de muitas dificuldades, principalmente devido ao facto de ser lançado em plena crise petrolífera.
Este modelo visava combater os sucessos da Porsche com o 911, da Ferrari com o Dino e da Maserati com o Merak.
Em 1972 é lançado o terceiro Lamborghini com a assinatura da Bertone, um automóvel inovador, devido ao facto de ser um desportivo com a configuração de 2 + 2 lugares e motor central.
Apesar de ser desenvolvido como desportivo, pretendia-se que não fosse demasiado exclusivo, afim de atingir um elevado número de vendas.
O motor era um 2463 cc posicionado à frente do eixo traseiro (extremamente compacto; 70 cm e 170 kg), o que permitia que a caixa de velocidades se posicionasse por baixo deste bloco. Possuía uma arvore de cames por cada linha de cilindros e debitava 220 cv às 7500 rpm, a caixa era de 5 velocidades e as suspensões do tipo McPherson, isto permitia que atingisse os 230 km/h de velocidade máxima.
A configuração do bloco do motor e da caixa permitiam obter espaço suficiente para os ocupantes traseiros, mesmo que não fosse confortável para dois adultos, o que na altura era comum entre os desportivos de quatro lugares.

O desenho do chassis e carroçaria partiram do zero e ficaram ao cargo da Bertone e do seu chefe de Departamento de Estilo, Marcello Gandini, que havia desenhado anteriormente o Miura e o Marzal (um automóvel futurista de quatro lugares e motor central).
O interior era típico dos desportivos da altura, bancos em couro preto, painel de instrumentos austero e ao estilo Lamborghini; preto e acabamentos em alumínio, com 8 mostradores em frente ao condutor, sendo os maiores o da velocidade e do regime do motor. Apesar desta simplicidade já dispunha de vidros eléctricos e ar-condicionado, sendo o único extra era o rádio AM/FM montado em frente ao passageiro.

Em 1975 foi apresentada uma versão com 1994 cc e 182 cv(P200) e que por isso diminuía a qualidade das prestações. Estiveram em produção os dois modelos (P200 e p250) durante um ano. Este retrocesso deveu-se à crise petrolífera, que penalizava os excessos de consumo.
No ano de 1976 começa a ser produzido o P300, que elevava a cilindrada para os 2995 cc e a potência para os 265 cv, permitindo atingir os 250 km/h e comprir os 0-100 km/h em apenas 5,5 s.
Foi apresentado em 1970 no Salão de Turim e iniciou a sua produção em 1972, mas as primeiras unidades só foram entregues aos proprietários em 1973 devido a problemas financeiros da empresa e uma situação social complicada em Itália. Estas razões levaram Ferruccio Lamborghini a encarar a sua saída da empresa.
Devido aos graves problemas, na altura da crise energética e às exigências de segurança com vista à homologação no mercado veio juntar-se um movimento social que levou ao cancelamento de mais de cinco mil encomendas de tractores já fabricados, o que levou a avultados prejuízos e graves problemas económicos.
Em 1972 Lamborghini decidiu vender a sua empresa de tractores à SAME e ceder 51% das acções do sector automóvel a Georges-Henri Rossetti, o segundo proprietário da firma.
Mais tarde afastou-se completamente, vendendo os restantes 49% a René Leimer, um amigo.
Desde então, a situação foi piorando cada vez mais até chegar à sua falência nos anos 80, uma vez que os proprietários eram apenas investidores que estavam interessados nos aspectos económicos. (cont. num prox. post)
Entre 1972 e 1979, produziram-se apenas 791 Urraco, com todas as versões incluídas: o P250, o P111 (versão destinada ao mercado norte-americano), o P200, o P300 e o protótipo "Bob" de competição. Estes números ficaram bastante abaixo daquilo que a Lamborghini previa produzir num ano, mas as qualidades deste modelo garantiu o seu espaço entre os desportivos com sofisticada engenharia dos anos 70.

Porsche 356A Carrera Speedster

Modelo: Porsche 356A Carrera Speedster 1500GS, 1955
Fabricante: High Speed
Colecção Por
sche, Altaya

Uma miniatura muito bonita, que transmite toda a espectacularidade dos Speedsters da época.
Apenas tenho a apontar a falta de qualidade no interior, que peca pela simplicidade...

Um Pedido Vindo da América
O 356 Speedster nasceu a partir de um pedido do importador Max Hoffman, que introduzira o 356 no mercado americano, que pretendia comercializar nos EUA modelos Porsche acessíveis do ponto de vista económico.
A Porsche decide, para satisfazer este pedido, fabricar um modelo muito simplificado, baseado no 356 de 1500 cc.
Este modelo caracterizava-se por uma capota mais simples, perfil mais baixo, pára-brisa curvo e mais pequeno, em relação ao Cabriolet normal e equipamento reduzido ao essencial, o que lhe atribuía um carácter atraente e desportivo.
Em 1954 foram vendidos 200 exemplares nos EUA, enquanto que em 1955 as vendas subiram para 1700, o que prova o sucesso do modelo.
O Speedster de 1955 dispunha de um motor de 1448 cc e 55 cv que o empurravam até 160 km/h, fazendo deste modelo um sucesso na América e também na Europa.
Em 1955 é apresentado o 356A, uma versão evoluída do primeiro 356, com motores 1600, 1600S e o chamado Carrera (é nesta altura que surge o característico conta rotações ao centro). A Porsche optou por dividir a gama dos automóveis equipados com este potente motor em duas linhas de acabamento, a luxuosa GS e a desportiva GT, dotada de partes da carroçaria, como portas e o capot do motor, feitas de alumínio.
O Carrera Speedster de 1958 dispunha de motor de 1498 cc e 100 cv, que lhe permitiam chegar aos 200 km/h. Tal velocidade era assegurada por excelentes travões, que à velocidade de 100 km/h lhe permitiam travar em pouco mais de 4o metros, uma marca notável tendo em conta que outros carros precisavam de mais do dobro.
A produção total deste modelo terminou em 1959 e teve um total de 4144 unidades, hoje é um modelo muito procurado pelos amantes dos automóveis.

18.6.08

Porsche 550 RS

Modelo: Porsche 550 RS, 1953 IV Carrera Panamericana, Karl Kling
Fabricante: Brumm


Uma reprodução muito boa, com todos os decalques iguais ao modelo que retrata. Pena a Brumm não fabricar estas miniaturas com um pouco mais de qualidade...

O Sucesso do 550RS SPYDER
O Porsche 550 Spyder foi o primeiro modelo da marca de Ferdinand a ser desenhado prioritariamente para as corridas, provando que a receita de leveza, potência, simplicidade conceptual e resistência estava destinada a dar bastantes frutos.
A Porsche estava empenhada em construir a sua reputação, depois de já ter ganho várias corridas com o 356, inclusive em Le Mans, não dispondo de muito tempo para grandes pesquisas.
Desta forma optou-se por fabricar um automóvel baixo, de dois lugares, com chassis tubular, suspensão e motor do 356 (1500 cc e 75 cv), mesmo assim fazia este pequeno automóvel chegar aos 200 km/h. A posição do motor, para melhorar a distribuição de peso e estabilidade, era entre eixos, à frente do eixo traseiro. Dispunha de diferencial autoblocante e embraiagem com accionamento hidráulico, uma novidade na época. O novo modelo pesava 550 kg, mas o nome não se devia a este facto, mas sim por ser o 550º projecto Porsche.
Foi desenvolvido pelo engenheiro Wilhelm Hild, ficando prontas as duas primeiras unidades no segundo trimestre de 1953.
A primeira corrida em que participou, passados alguns dias da sua apresentação, aos comandos de Helm Glöckler, em Nurburgring, vencendo na categoria de 1500 cc, sob forte chuva.
A prova seguinte foi Le Mans, que fez alinhar dois carros; o 550-01 pilotado por Helm Glöckler/Hans Herrmann e o 550-02 por Richard von Frankenberg/Paul Frère. Foi acrescentada uma capota para melhorar o desempenho em altas velocidades. No final da corrida obteram uma dobradinha na sua categoria, com Frankenberg/Frère a terminar na frente de Glöckler/Herrmann.
O próximo desafio era no México, onde seria disputada a IV Carrera Panamericana. Em três anos esta corrida ganhou importância semelhante a provas como Targa Florio e Mille Migllia, isto deve-se ao facto das velocidades que se atingia e à variedade de condições (estradas ao lado da praia, montanha, rectas seguidas de curvas sinuosas, temperaturas muito variadas) ao longo da prova, o que tornava esta prova um duro teste de resistência, habilidade e coragem.
Em meados de 1953 os 550 passaram a dispor de um motor de 1498 cc com quatro comandos e 110 cv e estrutura monocoque, passando a ser designado por 550A.
Os chassis 01 e o2 foram vendidos a Jaroslav Juhan, um piloto/empresário, que fez dupla com Antonio Asturias Hall; o outro carro ficou nas mãos de Carlos Gonzales/José Herrarte, os quais levaram o 550-02 à vitoria na sua categoria. Os chassis mais novos (550-03) ficaram com Hans Herrman e (550-04) com Karl Kling.
No ano de 1953 um construtor americano, Fletcher Aviation, licenciado em motores Porsche, providenciou o transporte aéreo da equipa alemã, aqui na imagem Karl Kling e o seu 550RS #159.
Em 1954, Hans Herrman e Jaroslav Juhan terminaram em 3º e 4º lugares, mas o resultado ainda mais expressão porque os pequenos Porsches terminarm na frente de alguns carros mais potentes.
Este foi o último ano em que se realizou a Carrera Panamericana, devido aos graves acidentes nesta edição que levaram a organização a cancelar a prova.
Em homenagem a esta corrida que consagrou o 550, o nome Carrera passou a ser usado nos Porsches de maior desempenho.
Ainda em 1954 Johnny Claes/Pierre Stasse, na categoria de 1101 cc a 1500cc, e Zora Arkus Duntov/Gonzague Olivier, na categoria de 751 cc a 1100 cc, conseguiram vencer com o 550 nas 24h de Le Mans.
Em 1955 em Le Mans conseguiu quatro vitórias e as últimas vitorias deste modelo em nesta prova aconteceram em 1956 e 1957, já com evoluções denominadas RS 550A, respectivamente com Wolfgang von Trips/Richard von frankenberg e Ed Hugus/Carel Godin de Beaufort.
Ainda em 1956 obteve o seu maior truinfo, ao derrotar as potentes Ferrari, Maserati e Mercedes-Benz na Mille Miglia, graças à habilidade do piloto italiano Umberto Maglioli.
Apenas foram produzidas 90 unidades do Porsche 550, todos eles feitos à mão, entre 1953 e 1957, o que faz com este seja um carro muito procurado por coleccionadores.
  • À esquerrda o Porsche 550 de Hans Herrmann em Le Mans, 1953;
  • Ao centro os quatro 55o que competiram em Le Mans, 1954;
  • À direita Umberto Maglioli à partida para a vitoria absoluta na Targa Florio em 1956;